Comerciantes e moradores de Santos e Avenida D. Carlos I, em Lisboa, queixam-se do "barulho" provocado pelos jovens que frequentam um bar que mantém portas abertas até ao início da tarde todos os fins-de-semana.
É sábado, são 10 horas e a padaria da Avenida D.Carlos I já está aberta há três horas. Ao som de música 'house' os clientes vão entrando para comprar pão fresco pela manhã, mas permanecem pouco tempo no estabelecimento, situado mesmo ao lado do Bar Alive, que, ao fim-de-semana, está aberto das 22 às 4.00 e das 7.00 às 13 horas, as chamadas 'after hours', ou seja, um segmento de uma festa ou evento que acontece fora do horário convencional.
O facto de o Bar Alive só encerrar às 13 horas tem incomodado moradores e comerciantes da zona que prepararam um abaixo-assinado para entregar no Governo Civil de Lisboa, com mais de 200 assinaturas.
O café Tirolesa de Santos está aberto todos os dias da semana, excepto ao domingo, desde as 7.00 horas.
O gerente lamenta o facto de ter de abrir o estabelecimento duas horas mais tarde ao sábado, devido à "confusão e barulho" que a "malta jovem" provoca depois de uma noite de diversão, que se prolonga até ao início da tarde.
"Abríamos sempre às 7 horas, depois passámos a abrir às 8 e agora antes das 9 não vale a pena termos o estabelecimento aberto", disse à Lusa o dono do café, que acusa as autoridades de "nada fazerem" para remediar a situação.
O restaurante e café A Botica, situado na Avenida D.Carlos I, opta por deixar sempre as mesas postas para almoçar, mesmo quando abre às 7 ou às 8 horas, dependendo do ambiente que os gerentes encontram ao chegar à avenida.
"É uma maneira de tentarmos preservar o estabelecimento", disse um dos gerentes, que acusa os jovens de "desestabilizadores".
Contactado pela Lusa, um dos gerentes do Bar Alive compreende a revolta dos moradores e comerciantes daquela zona, mas garante que o estabelecimento tem as licenças em dia, que está "bem insonorizado" e que nunca houve qualquer problema com a polícia. "Compreendo que o ambiente fora do bar possa causar alguns problemas e transtornos, mas, quanto a isso, nada podemos fazer", disse Nelson Afonso, que afirma estar "solidário" e se disponibiliza para falar com qualquer lesado, pois apenas falou com o presidente da Junta de Freguesia de Santos-o-Velho.
Segundo Paulo Monteiro, da junta de freguesia, desde o início do ano que moradores, comerciantes e gerentes do bar "não se entendem" e o "problema continua por se resolver".
In JN (25/5/2009)